Ela correu. Ele foi atrás. Eu apenas gargalhava. Observo-o a
abraçar e a girar no ar, ao longe. Corro até eles, enquanto sentam no chão e me
jogo em cima deles, derrubando-os. Dentre gargalhadas.
Nos sentamos no chão, comportados, e controlamos o riso.
Encontro o rosto de Julia. Ela me olha. Encaramos Diego. Caímos em risos outra
vez.
Sabe, eu adoro isso. Esses ataques de risos incontroláveis,
as brincadeiras, as gozações, os xingamentos... Isso é amizade afinal, não é?
-Vocês me
fazem passar por maluca! –Eu digo
-Claro, claro. Nós! –Ela responde
-Ah, calem a boca, vadias! –Ele reclama
-Vem calar, idiota! –O empurro
-Não empurra ele, vaca! –Ela me empurra, então
-Ah, eu sou a vaca aqui, sou? –Provoco com cosquinhas –Sou,é?
-Ah, para! –Ela pedia entre risos enquanto eu fazia cócegas
nela, acompanhada de Diego.
Logo estávamos os três brincando.
Viver chamando uma “amiga” de fofa, flor, miga, querida...
Vindo de mim, não é amizade. Porque, pra mim, amizade é ter intimidade
suficiente para xingar a pessoa, sem ela se importar; é fazer drama e levar um
fora. É tollar e ser trollada de volta. É bater e beijar. É xingar e elogiar. É
zoar,mas se importar. É fazer piada com a dor para depois ajudar.
Esse é o tipo de amizade que eu gosto de ter, porque, pra
mim, essa é a verdadeira amizade.